Criatividade é atirares-te para o abismo sem saberes se as asas vão crescer na descida. É amar tanto a sensação de voar como a possibilidade da queda. É saber que ambas têm a possibilidade de dar à luz algo novo.
Criatividade é ter medo das alturas, mas subir na mesma. Fazer de conta que o chão está perto e usar a sensação de vertigem para criar a sensação de planar.
Criatividade é estar com os pés assentes no chão e imaginar que eles se tornam raízes. E que nos tornamos árvores, e esticamos os braços para o céu.
Criatividade é sonhar a realidade, esquecer que ela existe e ao mesmo tempo reinventá-la.
Criatividade é atrever-se. Nada é mais arriscado do que sair da norma. Mas nada é mais necessário também.
Agitar as águas, para que se formem rios e mares e lagos. Criar novos oceanos, para descobrir novas terras ao cruzá-los.
Criatividade é uma espécie de dor que alivia, um fogo que refresca. Não se compreende, não tem lógica. Muitas vezes feia, tantas vezes bela.
Criatividade é uma assinatura. É deixar a alma sair e imprimir-se no mundo. Deixá-la correr, cantar, dançar, arrancar as roupas e rebolar na terra, como antes de vir ao mundo.
Criatividade é regressar àquele lugar onde tudo é possível.
Naquele dia, ele não sabia que ia ficar mais leve.
Acordou calmamente, como de costume e sacudiu as pequenas gotas de orvalho que caíram por entre as folhas das árvores.
Mas a par das gotinhas, saltou-lhe uma pena. Flutuou por um tempo microscópico e começou a cair em direção ao chão.
Intrigado, deu às asas e desceu atrás dela, até ela aterrar em cima das folhas caídas no chão.
Observou-a atentamente. Era pequena, mas grande ao mesmo tempo. Procurou ao longo do corpo de onde teria saído. Teria um buraco na plumagem? À primeira vista, parecia que não.
Tocou-lhe com o bico e pareceu-lhe macia. As cores pareciam diferentes de quando as limpava. Terminava numa espécie de bico também, provavelmente onde estava antes presa a si.
Enquanto a comtemplava, viu-a levantar-se, puxada por uma brisa mais forte. Movia-se no ar, rodava sobre si mesma, como se fosse agora um corpo próprio.
Ergue-se até perto dela para a observar melhor e a brisa começa a ficar mais forte, puxando-a para mais longe.
Seguiu-a, decidido a não a perder, e continuando a erguer-se. Sentia-se um pouco mais cansado, mas não podia perder a sua pena.
Quando já não conseguia mais, percebeu que tinha voado mais alto que alguma vez se atrevera e o seu pequeno coração apertou-se.
Olhou nervosamente para baixo e teve vontade de descer. Mas tinha ido atrás da sua pena. Olhou à volta e já não a viu em lado nenhum.
Subira demasiado e ainda por cima perdera a sua pena! Mas o que estava ele a pensar? Para que é que se arriscou para tão longe do seu galho? Ainda por cima com menos uma pena!
Olhou à volta à procura de outros pássaros, mas estava sozinho.
Ia começar a descer, mas pelo canto do olho vislumbrou algo fascinante. Olhou à volta e viu. Árvores, árvores e mais árvores. Tantas mais que aquelas que conseguia alcançar do seu galho.
Devia ser disto que ouvia alguns pássaros mais atrevidos a falar.
I see distance From what was Once pain. A paved road Lies behind Each square Marking a story. I see distance From who I once were And yet I am now So much closer To her The lost girl. These walls Are now Truly a home My skin Is now My own. I see distance From all of that Which created the scars I see beauty In each of them The skin needed To be cut And the blood Needed to be drained. I see distance From that time When the scars Have slowly disappeared. I see distance But I know That time is there Waiting for me In the distance That I see.
Sometimes I seem to forget For a brief moment I seem to forget The different layers Of evil in the world. For a brief moment I am reminded That good people Can do bad things That fear Can darken a heart. Sometimes My heart feels darkened Too. Seeing that humans forget Forget that being human Is being unique But part of a greater thing. Humans can be cruel Even not knowing it Humans can bring sadness To hide their own. Maybe the hardest evil To fight Is that one No one sees Blended in with normality Hurting another soul Because they do not know. Sometimes I seem to forget That people forget.