Variações

Encontramos as nossas formas, os nossos lugares, mas quando somos viagem, sempre volta a vontade de partir e a pressa de sair. Para não chegar tarde. Mas sobretudo, para viver. Sempre viver. Ausente, erva daninha a alastrar, maluca, diferente, enredada na teia de mim. Igual. Igual a mim mesma. O que importa, afinal e no fim.

Que bom que exististe, António Ribeiro. Que bom que cresceste até seres Variações. Entre a Sé de Braga e Nova Iorque. António Variações, sempre presente.

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© Isa Lisboa

TEDx ULisboa – Insights sobre e com a palestra de P3dra

O TEDx ULisboa abriu com uma intervenção performativa protagonizada pelo artista P3dra.

Mas para além da música, ele também partilhou connosco alguns pensamentos de que gostei muito e que gostaria de aqui destacar.

Ele começa por dizer algo parecido com isto: “A minha vida é um conjunto de equívocos que acabaram por fazer sentido.”

Achei curioso começar o dia a ouvir esta ideia porque ainda no dia anterior falara com uma amiga que me lembrara disto: o que em certa altura percepcionei como erro, não o é necessariamente.

A um nível espiritual, ou metafísico, como queiram, quer isto dizer que nada acontece por acaso.

E uma escolha ou decisão que parece ter dado errado, mostra o seu sentido mais à frente. Ou nos levou a algo melhor ou nos ensinou algo, sobre nós, sobre a vida.

Esta ideia é algo que comprovo em mim mesma, olhando para trás, ligando os pontos e as peças do puzzle.

Também é um fio que já me ajudou a ultrapassar tempos difíceis. Em momentos em que era tentador ceder a uma espécie de revolta para com as partidas do mundo. Lembrar-me de que haverá uma razão para o que está a acontecer, ajuda a lidar com as emoções negativas e a ajuda a ultrapassar o momento. Tanto no bom, como no mau. E disso, também é importante lembrarmo-nos. O bom também passa.

Outra das ideias que retive desta palestra foi a da meta. Ele deu o exemplo de quando fazemos uma caminhada. Ninguém nos deseja boa chegada, mas sim, bom caminho. E é por isso que o P3dra diz que “o que importa não é a meta, mas sim o caminho.”

Também esta ideia falou muito comigo, porque, por natureza, tenho sempre alguma meta a bailar-me na mente. E quando me esqueço deste pensamento simples, de que o que importa é o caminho, então aí começa a bater-me à porta a ansiedade. E a ansiedade é uma grande inimiga da meta.

É bom atingir um objetivo, cortar a meta. Mas percorrer o caminho para chegar lá, é o que – se virmos bem – é isso que possibilita esse momento de extrema felicidade.

Se dessemos apenas um passo e já estivéssemos na meta, certamente que o entusiasmo não seria muito, não concordam?

Por isso apreciemos o caminho, ainda que não tirando os olhos do objetivo, que é chegar.

E ao chegar, outro caminho se abrirá.

© Isa Lisboa

Deixo-vos um vídeo do artista, se quiserem conhecê-lo melhor: