
Outra vez massa – mãe

“Não há factos eternos, como não há verdades absolutas.”
Friedrich Nietzche
Gosto muito desta frase e acho que é algo importante lembrar.
Lembrar, mas não para a atirar a quem tem uma opinião diferente da nossa. É uma boa frase para atirarmos a nós mesmos.
Vivemos um tempo de medos, que me parece estarem a fazer muitas verdades absolutas. E isso dá-me medo.
Tenho medo dos efeitos do vírus na vida, na saúde, e nos sistema de saúde. Tenho medo dos efeitos do vírus no aumento da fome, na perda de condições de subsistência e condições de vida mínimas, na saúde mental.
Mas também tenho cada vez mais medo da intolerância.
Já no pré – covid a via muitas vezes.
Mas as vagas de covid trouxeram novas vagas de verdades absolutas e ataques a quem tem opiniões diferentes. Como se essa opinião fosse também um vírus.
Concedo que algumas ideias se possam assemelhar a vírus, incluindo as suas consequências nefastas.
Mas pensemos em algo de inovador: e se a opinião do outro, for apenas uma visão de alguém que vive uma realidade diferente da nossa? Que
também sofre, mas com dificuldades diferentes das nossas? E que talvez (vá, só um esforço de imaginação), talvez, por isso pense de forma diferente da nossa?
Talvez o sacana egoísta do lado nos veja a nós como sacanas egoístas. Já pensaram nisso?
Isto assusta-me. Assustam-me as verdades absolutas, fechadas sobre si próprias. Assusta-me que estejamos a tentar salvar uma sociedade que se esqueceu de que o outro não é apenas quem pensa igual a si. Uma sociedade que cada vez mais deixa de saber como se colocar no lugar do outro.
Termino como comecei, com uma citação:
“Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até à morte o seu direito de dizê-las.”
Voltaire
© Isa Lisboa
Ultimamente vejo alguns posts e comentários nas redes sociais dizendo que, de repente, parece que estamos a viver um filme. E se é verdade que não andam zombies na rua, nem estamos em casa para nos protegermos da chegada do frio apocalíptico, estamos em casa.
Estamos em casa para nos protegermos de um inimigo invisível, que só vamos conseguindo ver pelas notícias, por gráficos, por estimativas de curvas e por opiniões. Opiniões, infelizmente, nem sempre objetivas.
De repente, a rotina mudou, certezas há poucas e tudo parece irreal. Como se, realmente, tivéssemos entrado para dentro do ecrã da TV, e tivéssemos aterrado num filme catástrofe de Hollywood.
Ninguém estava preparado e estamos todos a procurar formas de lidar.
Um dos exercícios mentais que procuro fazer em situações difíceis é “lembrar-me”. Lembrar-me de outras situações difíceis pelas quais passei. Em primeiro lugar, lembrar-me de que as ultrapassei. Depois, lembrar-me, avaliar. Avaliar tudo o que fiz melhor e tudo o que fiz pior. Alguma coisa aprendi e isso é sempre útil. É útil.
Lembrar-me de que doeu, mas que ultrapassei. E de que agora estou mais forte. Mais resiliente.
Lembrar-me de que não sei tudo. Já vivi um filme, por assim dizer. Mas não era um filme como este, com um toque catastrófico. Um filme que tivesse o potencial de afectar tanta gente à minha volta. Mas já antes sofri e superei. E isso lembra-me de que tenho em mim esse potencial e essa energia e vontade.
Lembrar-me que tudo passa e que, até passar, o melhor que posso fazer é lidar da melhor forma que souber.
Há incerteza quanto ao futuro, é certo. Uma incerteza muito diferente da habitual. Multiplicam-se teorias sobre o que será o futuro depois da pandemia. Mas é agora que ela está a acontecer. E é agora que precisas cuidar de ti e dos outros.
Fica em casa, sai apenas para fazer o essencial. Cuida do teu corpo, da tua mente, e do teu estado emocional.
Adapta-te. Tudo isto é novo, mas é o que está a acontecer agora. Adapta-te.
Fica bem hoje, para poderes preparar os novos amanhãs.
© Isa Lisboa
Imagem: http://www.pixabay.com
“A perseverança é a mãe da boa sorte.”
Miguel de Cervantes
Se esta tartaruga está decidida a ultrapassar as dificuldades, nós também estamos! 😉
Isa Lisboa
Esta semana, a Frase do dia terá como mote algumas palavras que fazem parte do nosso cenário actual, enquanto sociedade.
Hoje a palavra que me salta à vista na frase é Foco, em particular o foco em pensamentos bons. Lembrando que o positivismo não é a negação do que existe de mau, ou da realidade; mas o lembrarmo-nos do lado bom para nos dar força e da esperança para nos dar resiliência.
Deixo-vos então este mantra:
“Este tem sido um dos meus mantras – foco e simplicidade. O simples pode ser mais difícil do que o complexo: é preciso trabalhar duro para limpar os seus pensamentos de forma a torná-los simples. Mas no final vale a pena, porque, quando chegamos lá, podemos mover montanhas.”
Steve Jobs
Tal como postei ontem, esta semana, a Frase do dia terá como mote algumas palavras que fazem parte do nosso cenário actual, enquanto sociedade.
A palavra escolhida para hoje foi Medo.
Em situação de pandemia é normal termos medo. E, tal como noutras situações, o medo pode ser útil, despertando o nosso sentido de auto-preservação e de preservação da saúde das pessoas que nos rodeiam. Mas também pode ter o efeito de nos paralisar. Seja por via de não sabermos como reagir, seja por via de absorvermos toda a informação que nos surge à vista. Nas redes sociais, e não só, circulam muitas teorias, desde as de conspiração às de salvação milagrosa. Procuro colocar um filtro em todas, escolher bem as fontes de informação que consulto, mantendo-me o mais possível a seguir as fontes oficiais.
Cuidem de vocês, da vossa saúde física, mas também da vossa saúde emocional. Mantenham a imunidade a funcionar bem, a todos os níveis.
E lembrem-se:
“Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo.”
Mark Twain
Boa semana,
Isa Lisboa