In the Bookshelf – Os herdeiros da terra

Os Herdeiros da Terra, de Ildefonso Falcones é a continuação da história A Catedral do Mar. Volta a levar-nos à Barcelona Medieval, levando-nos numa viagem histórica, ao mesmo tempo que nos envolve num drama que envolve várias personagens. Voltamos a encontrar por pouco tempo Arnau Estanyol, o herói do primeiro livro. Neste, o herói é Hugo Llor, um rapaz de 12 anos que vai vendo a sua vida mudar, muitas vezes ao sabor dos caprichos de quem ocupa o poder.

Na sua vertente histórica, à semelhança do primeiro livro, somos transportados para uma realidade dura, em que a vida humana parecia valer pouco, pelo menos aos olhos ocidentais do século XXI. Uma realidade em que a justiça se fazia com métodos de tortura e com execuções sangrentas. Também uma realidade de crenças religiosas com que se influenciava o rumo da vida, fosse por influências, fosse por perseguições religiosas.

Na sua vertente de romance, no início senti que algumas coisas da vida de Hugo Llor estavam inspiradas na do seu mentor Arnau Estanyol, mas depois esta personagem começa a ganhar os seus próprios contornos, embora mantenha sempre presente um ensinamento base de Miser Arnau: “Não te curves perante ninguém!”.

Tenham ou não lido o primeiro livro, para quem gosta de romances históricos (e não só), fica esta sugestão de leitura.

 

© Isa Lisboa

In the Bookshelf – Hábitos Atómicos

“Hábitos Atómicos” foi o último livro que acabei de ler e partilho-o ainda em Janeiro, a jeito de ajuda com as resoluções de novo ano que possam ter feito.

É um livro que dá dicas práticas sobre como criar novos hábitos (saudáveis) e deixar de ter hábitos menos saudáveis.

Parte da ideia base de que “se conseguirmos melhorar 1% todos os dias, durante um ano, chegaremos ao fim 37 vezes melhor”. A partir daqui e de 4 leis, James Clear apresenta-nos o poder dos pequenos hábitos. Para nos ajudar a libertarmo-nos dos maus hábitos, inverte essas mesmas 4 leis, com dicas igualmente úteis.

Para além da sua componente bastante prática, destaco principalmente a ideia que o autor apresenta de que aquilo que fazemos é um reflexo do que julgamos ser. Uma vez que queremos sempre manter a nossa identidade e a nossa auto – imagem, é difícil implementar um hábito que as contrarie.

Por exemplo, é difícil conseguir implementar o hábito de comer mais legumes se nos identificarmos como alguém que só gosta de “junk food”. No entanto, se lembramos que gostamos de ter mais energia, que  gostamos de ter o nosso corpo são, então aí começamos a identificar-nos como uma pessoa saudável, e é mais fácil adaptarmos esse novo hábito.

Por outro lado, imaginemos que deixaste de fumar e, quando te oferecem um cigarro, dizes “Não quero, estou a deixar de fumar.”. Agora, imagina dares a resposta alternativa: “Não quero, não sou fumador@!”. Com cada uma destas frases passamos ao nosso próprio cérebro uma mensagem muito diferente. E a segunda parece envolver muitos menos tentações, o que vos parece?

Assim, fica a ideia fora da caixa (ou nem por isso 😉) de nos questionarmos, de começarmos a descobrir novas facetas de nós mesmos e de começarmos a ter um discurso interno diferente.

E por aí, já leram este livro? Se sim, o que acharam e que dicas implementaram?

Partilhem e boas leituras!

 

© Isa Lisboa

In the bookshelf @ Joana D’ Arc, de Mark Twain

A história de Joana d’ Arc, contada por Mark Twain.

A perspectiva da história é a do Senhor Louis de Compte, que teria sido seu secretário pessoal e que a terá acompanhado desde a infância e durante o seu percurso como general das tropas francesas, até à sua morte.

A história de Joana D’Arc, dos seus feitos e da sua morte, é bastante conhecida pela História. Mas este romance, escrito sobre esta perspectiva – de um amigo de longa data – traz-nos mais que um relato histórico. Aqui lemos um romance histórico com muitos toques pessoais, que fala da menina que se tornou mulher guerreira e que ajudou a devolver a coroa à cabeça de Carlos VII.

Segundo Twain “De todos os meus livros, Joana D’Arc é o meu preferido, é o melhor: sei-o quase de cor. Além disso, deu-me sete vezes mais prazer do que qualquer um dos outros: doze anos de preparação e dois anos de escrita. Os outros não precisariam de preparação e não a tiveram.”

© Isa Lisboa

In the bookshelf – Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes

Um livro interessante para quem está a começar a saber mais sobre o desenvolvimento pessoal. Explora sobretudo uma filosofia de vida, transformada em um método.

Na parte final, são feitas perguntas ao autor. Com humildade, o autor assume que a prática dos hábitos é um exercício diário e que não consegue ter todos os hábitos, todos os dias. É assim que vejo o verdadeiro desenvolvimento pessoal: um exercício diário, um olhar constante sobre nós próprios, os nossos valores e a consistência dos nossos comportamentos. Estamos sempre em construção e em processo de evolução.

Isa Lisboa

In the bookshelf – Fernando Pessoa, o romance

Hoje este Pessoa partilha convosco um romance sobre o “original” Fernando Pessoa.

É um romance biográfico, de Sofia Louro, que nos apresenta uma visão do homem, e de como ele se entrelaça com o poeta e com cada um dos seus heterónimos.

Este livro está na minha estante e é sem dúvida um dos que tenho vontade de reler um dia mais tarde. Ao ler, podia imaginar o poeta e os seus poemas a surgirem. Mas, acima de tudo, podia imaginar o homem comum, envolto em dilemas, medos, sonhos, projetos. Além do génio de Pessoa, este livro fala-nos sobre a sua humanidade.

E vocês, costumam ler biografias ou romances biográficos?

© Isa Lisboa

 

Onde está este Pessoa

Sou fã de Fernando Pessoa e tenho aqui em casa esta versão desse grande poeta.

Ele está na minha estante, a acompanhar alguns dos livros que já partilhei convosco.

Querem conhecer alguns desses livros? Vão passando por cá, e podem ir conhecendo a minha estante 😉

Este Fernando Pessoa foi executado pela @kukla.pt. Passem pela página e vejam os fantásticos trabalhos que têm lá!

Isa Lisboa

Desafios literários

Esta semana descobri dois interessantes desafios literários no Instagram.

A Fnac desafia os leitores a partilhar a sua máscara literária, tal como se lê no site :

“Tal como as máscaras que nos habituamos a usar em contexto de pandemia, há outras máscaras que nos protegem, desta vez contra a falta de conhecimento e imaginação: as máscaras literárias!”

Já a página Constele_se desafia-nos a partilhar fotos da capa de um livro favorito e uma citação de uma página do mesmo.

Fiquei com vontade de participar, mas estava com muito problemas em escolher um livro para responder a estes desafios. Porque para mim é difícil indicar apenas um livro favorito.

Até que me lembrei daquele clássico, que acompanha a minha criança interior e a adulta crescida que já sou também: O Principezinho, de Antoine Saint-Exupery.

É, sem dúvida, uma excelente máscara literária para mim, como podem ver:

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Porquê mo utensílio de jardim a espreitar? Como diz uma personagem do livro:

“Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante!”

Daí que esta máscara literária também vos convide a regarem-se a vocês própri@s todos os dias, com calma e cuidado! 🙂

A não esquecer também, a citação que partilhei no segundo desafio:

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“Duas ou três borboletas terei mesmo que suportar para ficar a conhecer as borboletas.”

Participem nestes desafios, e assim divulguem mais um livro, que pode chegar a alguém que o quer ler!

(C) Isa Lisboa

Quando a capa está F*dida!

Já por duas vezes encontrei nas redes sociais uma crítica que me pareceu curiosa. O post apresentava uma foto com escaparates com os dois livros de Mark Manson: “A arte subtil de dizer que se f*da!” e “Está tudo f*dido”.

Resumindo, o conteúdo da crítica resumia-se às ideias: “Não li o livro” e “Não tenho nada contra asneiras, mas isto era mesmo necessário?”

Das duas vezes achei muito divertida esta leitura pela capa. Apenas li o primeiro dos livros, mas esse é um livro em que são passadas algumas mensagens sobre a vida e o desenvolvimento pessoal. Curiosamente, temas sobre os quais estas chocadas leitoras com a capa muito postam nas redes.

Lembrei-me de o Mark contar na introdução que o questionaram se ele devia mesmo publicar um livro com aquele título. E ele disse: claro que sim! Ao ler este comentário pela segunda vez, pensei: “Mark, tu sabia-la toda!”

Também me lembrei do nosso conterrâneo Miguel Esteves Cardoso e do seu “O amor é f*dido!”. Li esse livro há muitos anos, quando andava no secundário ou na faculdade;não sei precisar. Vá lá, não haja quem fique chocado por eu ter lido esse livro tão nova. Na verdade ainda não sabia o que era o amor, mas já intuía que era f*dido!

Mas se as personagens do Miguel acabam por demonstrar que o amor é realmente f*dido – pelo menos para eles, que passaram a vida um bocado f*didos – o mesmo não se passa no livro do Mark.

True, que ele às vezes diz “Que se f*da!”. Mas para demonstrar que por vezes é preciso virar a mesa, dizer não. Mas que também não podemos apenas dizer “Que se f*da!” a tudo na vida. Senão, onde fica aquela responsabilidade? Pois, às vezes queremos evitá-la. E é confortável. Mas, se o fizermos sempre, aí não é só a capa que fica f*dida, é a p*rra da vida toda. E podes botar a culpa em “tódo’o mundo”, na família, nos professores, nas instituições – no que tu quiseres. Mas a verdade é que ninguém é melhor do que tu a f*der a tua vida.

So… faz-te à vida e unfuck yourself!

Ai, ai, que cometi o erro gramatical de misturar calão, inglês e ainda calão em inglês! Olha, apeteceu-me!

E que se f*da a capa, e que se f*dam os palavrões, e que se f*da o que não se pode dizer. Que se f*da tudo o que se f*deu durante a vida. O que importa é apanhar os cacos e continuar. Reerguer.

Que se f*da a pedra no sapato, quem o quiser dizer. Mas eu cá, vou tirá-la, arrancá-la e continuar. É para a frente que quero ir, e a olhar para a pedra no sapato…. Não chego a lado nenhum.

E a vida, em algum ponto do caminho, há-de voltar a ficar lixada com F grande. But…that’s life. Se estavas à espera que te servissem a vida numa bandeja de prata, estás… já sabes: enganad@.

Pois é, o amor é f*dido, a vida é f*dida, mas… também é tudo muito bom, e, já que aterrámos por cá… ‘Bora lá viver e deixar as capas. Se não, a vida tem um bocadinho menos de piada!

© Isa Lisboa