Sou uma aresta
Tu e ele também
Juntos formamos um vértice
Unidos a outros
Novo vértice somos
Assim juntos, elo invisível
Para além do sólido que se forma
Somos parte
Dessa grande geometria.
Apenas éramos rectas
Talvez, algumas, infinitas
Sem saber de onde vínhamos
Nem para onde íamos.
Conhecemos a finitude
Mas ganhamos um novo plano
Outra dimensão
Esses onde agora somos sólido
Forte, mais forte
Se uma cair, também outra
Poderá cair
Mas se uma fraqueja
Outra a sustém
Até a força voltar.
E o matemático olha e sonha
Talvez um dia
Cubos, pirâmides, paralelepípedos
Até esferas
Todos se saibam juntar
Ainda
E assim expandir a geometria
Criando novo sólido
Sonha chamar-lhe
Harmonia.
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© Isa Lisboa