TEDx ULisboa – Insights sobre e com a palestra de Catarina Holstein

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Catarina Holstein, TEDx ULisboa

Catarina Holstein decidiu um dia despedir-se do seu trabalho. Entre as suas opções estava fazer um MBA. Mas decidiu fazer antes um MLA – Masters in Life Adventures. Viajando pelo mundo, aprendeu muitas coisas novas e fez assim o seu Mestrado.

Desta “aula” retive duas ideias que acho muito importantes.

A primeira é de que não é necessário viajar pelo mundo para nos auto-conhecermos. Mas para nos auto-conhecermos temos que arranjar tempo para.

Assim como precisamos de tempo para conhecermos bem outra pessoa, também precisamos de tempo para travar conhecimento connosco mesmos. Precisamos construir um relacionamento sério connosco mesmos. E isso leva tempo.

A segunda ideia foi sobre o mestrado ideal. Cada um pode encontrar o formato do seu Mestrado para a Vida. Tudo começa em decidir fazê-lo e acaba em fazer os nossos talentos florescer, e depois partilhá-los.

Catarina fez do mundo a sua sala de aulas. Mas nós, cada um de nós, pode fazer da vida o seu professor.

© Isa Lisboa

Poema sem sentido

Nasceu pássaro
Perdeu as asas
Por falta de uso;
Tentou cantar
Mas não era ave canora
Esse ofício não ia ter;
Não sabia nadar
Peixe não poderia todavia ser;
Correr também não conseguia
Para a savana não havia de ir.

Fincou-se então ao chão
Falou com a terra
Bem alto lhe pediu,
A terra acedeu.

Árvore ali nasceu
Dá abrigo e sombra,
A quem asas tem
E a voar quer aprender.

© Isa Lisboa

desejo, carlos saramago

Arte: “Desejo”, de Carlos Saramago
http://carlos-saramago.blogspot.pt/

Dúvidas

Ainda sobre o tema da (Des)Crença, pergunto-me o papel da descrença.

Sou uma grande adepta do positivismo, do andar para a frente, esperando o melhor; e também (talvez principalmente) do pensar fora da caixa.

Olhar para além do óbvio, acreditar para além do que é racional, seguir o que o coração sente.

No entanto, também me questiono. Também paro para pensar se tomei a atitude correta, se estou a fazer o caminho certo, ou se devo mudar de direcção.

E também duvido de mim própria. Digo, no sentido de me questionar a mim mesma, se as minhas crenças ainda são verdadeiras, se respeito todos os meus valores, sobre as razões que me puxam e sobre as que me empurram.

Duvidar de nós mesmos é uma expressão com carga negativa. E, num sentido, é-o. É-o quando não acreditamos em nós, quando não acreditamos que conseguimos fazer algo, sentir algo, chegar a algum lado.

Mas duvidar de nós mesmos, no sentido de nos questionarmos, de fazermos uma auto avaliação sobre o nosso mundo interior… Essa dúvida, que é, na realidade, um questionamento, é boa.

Porque dessa auto avaliação podem surgir novas perspectivas acerca de nós mesmas(os). Talvez nem todas boas, a princípio, mas todas necessárias ao nosso crescimento.

 © Isa Lisboa

 

Igor Morski

Imagem: Igor Morski