Ainda sobre o tema da (Des)Crença, pergunto-me o papel da descrença.
Sou uma grande adepta do positivismo, do andar para a frente, esperando o melhor; e também (talvez principalmente) do pensar fora da caixa.
Olhar para além do óbvio, acreditar para além do que é racional, seguir o que o coração sente.
No entanto, também me questiono. Também paro para pensar se tomei a atitude correta, se estou a fazer o caminho certo, ou se devo mudar de direcção.
E também duvido de mim própria. Digo, no sentido de me questionar a mim mesma, se as minhas crenças ainda são verdadeiras, se respeito todos os meus valores, sobre as razões que me puxam e sobre as que me empurram.
Duvidar de nós mesmos é uma expressão com carga negativa. E, num sentido, é-o. É-o quando não acreditamos em nós, quando não acreditamos que conseguimos fazer algo, sentir algo, chegar a algum lado.
Mas duvidar de nós mesmos, no sentido de nos questionarmos, de fazermos uma auto avaliação sobre o nosso mundo interior… Essa dúvida, que é, na realidade, um questionamento, é boa.
Porque dessa auto avaliação podem surgir novas perspectivas acerca de nós mesmas(os). Talvez nem todas boas, a princípio, mas todas necessárias ao nosso crescimento.
© Isa Lisboa

Imagem: Igor Morski