Desafio

Se escrevesses um livro sobre uma personagem, que lentamente descobres que é o vilão. Qual seria a última frase?

E assim ficou a olhar para ele, que caminhava na direção oposta, perguntando-se como saberia agora continuar a ser vilão.

Isa Lisboa

Ó Mestre da Poesia!

Oh mestre da poesia!
Ajuda-me a chamar as etéreas
Esvoaçantes e esquivas
Moças de mantos brancos
E de vestidos de cores por dizer.
Sei que esvoaçam por aí,
Mas nem sempre as vejo
Oiço ou sinto.
Olhos, ouvidos e pele
Cansados dos barulhos do mundo
Da poeira das vozes ácidas
Do nevoeiro do dia-a-dia.
Mas sei que elas me acompanham
Por isso as chamo
E te peço, ó Mestre da Poesia,
Ajuda-me a ouvir
As Musas da Criatividade!

E um autógrafo, dá-me?

©Isa Lisboa

Antes quebrar que torcer

“Antes quebrar que torcer”

Esta frase pode aplicar-se a muitos cenários e contextos. Mas hoje remeteu – me para a autenticidade.

Antes ter olhares “torcidos” sobre mim que deixar de ser Eu. Ser quem somos nem sempre é fácil, mas é essencial.

A foto tem filtros, mas a vida não pode ser feita de máscaras que usamos todo o dia e penduramos no cabide quando estamos sozinhos.

©Isa Lisboa

Underworld

Took a peek

Inside myself

At first sight

Nothing I knew

Ventured to go further

Still

Nothing I’ve ever seen

Where does it all

Cames from?

How can it be me

In the eye of a storm?

Shall I risk

To travel deeper?

How many layers

Of me are there?

If I dare

Will I be able to came back

From behind the mirror?

 

© Isa Lisboa

Photo by Jenna Hamra on Pexels.com

Ghosts

Let go of the past

Old ghosts will never

Fill your soul.

Don’t believe them

When they whisper promises;

They will feed on what’s left

And when all is hallow

They will take you

For their home

You won’t even notice

Your heart going cold

Then one day

It will stop

And you will become a ghost

Too…

© Isa Lisboa

Photo by Pedro Figueras on Pexels.com

Inevitável, parece-me

Este braço

Esta pele branca

As veias que saltam.

Movem-se, sinto-as.

Sinto o pulsar,

A correria

A fome e a sede.

Sei que o sangue

Corre nestas veias.

Difícil por vezes

Entender para onde.

Qual o caminho.

Se fechar os olhos em silêncio

Parece-me que

Consigo ouvir

Como se fosse riacho

Que quer chegar

Ao mar.

Este braço

Esta pele branca.

Os abraços dados

Tal como os perdidos

A mão que estendo

Para um mundo

Que não está lá.

Imbuído

Ou embutido.

Se eu soubesse

Que o mundo

Era este lugar

Tentaria mudá-lo?

Inevitável, parece-me.

O sangue

Que me corre nestas veias

Chama-me.

Mas ignorá-lo,

Não me é possível.

 

© Isa Lisboa

Photo by Valentin Antonucci on Pexels.com

Os ET’s

[Resultante de um desafio de escrita]

 

Cheguei a casa e, assim que abri a porta, vi-o. A vasculhar-me o frigorífico, com uma grande descontração.

Já estava por tudo, fechei a porta, e sentei-me na cadeira a observá-lo. Disse-me algo naquele dialecto ininteligível. Arrisquei um “Olá” e ele pareceu entender.

Tinha o conteúdo do frigorífico espalhado na bancada e fazia calmamente uma sandes.

Que diz estranho este. Passei o dia todo a cruzar-me com homenzinhos e mulherzinhas cinzentas, de estatura curvada e sem expressão no rosto.

Tentei interagir, mas a reacção não foi muito calorosa.

Se era uma invasão extraterrestre, não estavam a ser muito ferozes. Era como se estivessem a incorporar-se lentamente no dia-a-dia, a tentar passar despercebidos.

E agora está um aqui em casa. Isto é tudo muito confuso. Talvez eu esteja a sonhar. Ou a delirar.

Comporta-se como o meu marido, mas não parece ele. Será que os ETzinhos sempre andaram por aí e agora apenas lhes caiu a máscara?

Agora fico assustada com a ideia. Estarei em perigo? Relativizei durante todo o dia, mas agora que penso que posso ter estado todo este tempo a viver com um ET… Isso é assustador!

O que é que isso quer dizer? O que pode implicar?

O possível ET acende a televisão, estão a dar notícias. Nada de anormal a ser anunciado. Não há uma invasão alienígena como notícia de abertura.

Mas o pior é que todas as pessoas na TV se parecem com ele. Com eles. Com os ET’s de hoje.

Começo a sentir-me tonta e vou até ao WC. Lavo a cara com água fria. Pode ser que me ajude a acordar.

Fico com as mãos cobertas de uma substância cinzenta. Fico ainda mais alarmada. Olho ao espelho e vejo a minha cara a derreter. Ou assim parece. É apenas uma espécie de pele cinzenta que se despeja, deixando antever uma cor e textura diferentes. Continuo a passar água até tudo sair.

Demoro algum tempo a digerir o que vejo. Mas de repente, tudo faz sentido.

Não são eles os ET’s.

 

© Isa Lisboa

 

Photo by Mike Chai on Pexels.com

In the Bookshelf – Meditações, Marco Aurélio

Meditações, Marco Aurélio

Voltando à partilha das minhas leituras, hoje partilho este pequeno livro, cheio de ensinamentos: Meditações, de Marco Aurélio. Este livro reúne uma série de reflexões pessoais do imperador Marco Aurélio, onde ele partilha as suas ideias sobre a filosofia estóica.

Decidi ler este livro de uma forma diferente da habitual. Em vez de o ter “de seguida”, fui lendo duas ou três páginas por dia, sendo ele a minha primeira leitura do dia. Este momento revelou-se ser uma forma muito boa de começar o dia. As reflexões de Marco Aurélio continuam atuais e podemos extrair delas muito bons conselhos para aplicar na nossa vida.

E tu, já conheces este livro?

© Isa Lisboa