Ouve aqui o meu poema:
Ouve aqui o meu poema:
Escrevo
Para que a alma se solte
Das amarras
Que o corpo tem.
Para que os ruídos inventados,
Em silêncio se transformem,
Deixem de ser o grito
O que se impõe
Sobre o silêncio que não entendo
Escrevo
Para que a Vida
Me saia pelos dedos.
© Isa Lisboa
Imagem: pixabay.com
Medo.
Vulgar ladrão.
Com um suspiro
Prendes ao chão.
Dizes-te seguro
Mas seguro só tu
Pois patrão te tornas
Um olhar, uma palavra
Dúvida semeada
Vida petrificada.
Suores frios
Coração acelerado
É do que te alimentas.
Não vivem sem ti
Queres fazer crer
Que proteges,
Vulgar mentiroso.
Proteges de viver
E assim, lentamente
Matas!
© Isa Lisboa
O Tempo passa
E é impiedoso
Mas para quem
O deixa passar
Apenas.
Não o deixes passar
Passa com ele
Vive-o!
Verás que não passa
Afinal
Só soma!
Tu cobras o Tempo
Mas ele nada te deve
Limitou-se a ser
Medida inexacta
Daquela vida
Que escolheste
Não viver
Que ficou esquecida
Nos planos do Tempo.
No que deixaste
Para amanhã
Para qualquer dia
Para quando der.
Tu deixaste.
E o Tempo passou.
Passou por ti.
Por aquela vida.
Aquela que não viveste.
Ocupad@. Tão ocupad@.
Não há tempo.
Pois não.
Quando deixas passar
O Tempo consome-se
Tu consomes-te.
Febril.
Como aquela Black Friday
Imperdível.
Tens que conseguir a
Melhor pechincha
Fica tão bem
Na sala de estar.
Ganhaste.
Chegaste primeiro.
E o Tempo?
Amanhã.
Amanhã logo se vê.
Ontem não tive Tempo.
Hoje
Não sei que é este lugar
Onde cheguei…
Vim andando
E não sei bem onde é.
Não sei bem
Quem sou
Quanto Tempo se perdeu
Não sei bem
Quanto de mim
Eu não fui.
Tempo.
Ainda há?
© Isa Lisboa
Há uma montanha
Num sítio que ninguém sabe
Mas que todos vêm
Há uma montanha
Que parece um homem
Dias há em que parece
Que dorme a sua tristeza
Dias outros
Parece que descansa a sua paz
Talvez a montanha
Não seja um homem
Seja a mulher
Que sou eu
E os sentimentos sejam meus.
© Isa Lisboa
So…
Love is but a game
So they say
Why should it be?
A move to win
Risking to loose.
Loose your fears
Your ties
That’s all it should be.
Games are
For those who like chances
Love is for those who give a chance.
A chance to freedom
To free one’s heart.
Love cannot be
A boardgame
Trying to get
The strongest piece
Strategy is bound to fail.
Unlike the games of mundane life
Love is a game you win
Only when you are
Willing to loose,
So that you can
Win a new space
In your own heart.
So…
About love…
Just let the games begin…
© Isa Lisboa
So…
Love is a moment.
That one moment
When everything changes
You realize
There’s a bit of you
Which now lives
In someone else’s.
A moment of pain and bliss.
Blissful pain, perhaps.
Love is the moment
You realize
And the moment
You have no clue.
How to make it right
Is not a question
All is right
Even if it is wrong
All is unsure
But life is an adventure
And love reminds you
To go out and live it.
Love is the moment
Your heart smiles
And hides it’s face
At the same time;
Hope and fear.
Love is so many
Moments;
Love is but a moment,
But a moment can be
Timeless.
So…about love…
Only lovers know…
© Isa Lisboa
A sombra –
Essa sedutora –
Roubou as asas de Ícaro.
Desamparado
Caiu
Anteveu o embate
Com a terra seca.
Doeram os músculos
Os ossos
E a pele rasgou.
O sol era um sonho
O que lhe deu asas
Foi o mesmo
Que as derreteu
Ilusões a escorrer
A pingar sobre a Terra
Onde o seu corpo
Caiu
Com vida, mas com dor.
Chamem-lhe soberba
Orgulho
O que for
A sombra sussurrou
Ao ouvido de Ícaro
Sobe
Acima do que és
Sobe
Sem olhar
Sobe até mais não.
Corpo caído
Dorido
Ferido
Dor em mais que corpo.
Uma mão passa-lhe
Na fronte
Água fresca
Nos lábios.
A Sombra
Roubou as asas de Ícaro.
Mas o Amor
Devolveu-lhe a vida.
© Isa Lisboa
No.
I’m sorry to say
No,
Nobody is coming
To save you.
No
There is no one
For you to save.
It is only you
It is up to you to save yourself
You are the one.
Whether in a white horse
Or not
You are the one
Waiting
To be saved
You are the one
To be rescued
And you have it in you
That power
To bring
Yourself back up
To wipe
Your own tears
To look at yourself
In the mirror of the soul
And see.
See what was it
That you did wrong
See what was it
That could not
Be avoided.
Fate and willpower
Walk hand in hand
Faith is the answer
In the Highest above all things
And in yourself.
Have Faith.
Rebuild yourself.
© Isa Lisboa
Caminho lentamente
Por esta casa,
Estas quatro paredes
Caminho lentamente
Conto os passos que ficaram
Me trouxeram aqui
Vejo como se desvanecem
No passado
Que já não sou
Já não quero
Não escrevo mais.
Deito-me no silêncio
O cansaço apodera-se
Calo os ecos, os gritos
As lágrimas.
As lágrimas voltam.
Às vezes voltam.
O chão está frio
E pergunta-me do presente
Que presente é este?
Escapo à realidade
Mas volto sempre
Finjo-me
Apenas.
Por momentos. Finjo-me.
Podia ser.
Mas agora estou aqui.
Não posso fingir sempre.
Também tem que doer.
O chão está frio
Mas é Aqui.
É Agora.
Sou. Sinto. Estou.
Levanto-me.
Caminho lentamente.
Para lá da porta que abri.
Caminho.
© Isa Lisboa