Filha de mim
De mim orfã
Não sei onde me encontro
Nem se me perdi
À volta, nada vejo
Nada oiço
Nada sinto.
O meu corpo está fechado
Sobre si mesmo
Enconchando a alma,
Dentro de pedra dura.
Qual ouriço,
Criei espinhos protectores,
Perfuram-me a pele,
Ainda não endureceu.
Falta pouco.
© Isa Lisboa
