Poesia
(Des)construtora de almas
Estás nos imortais versos
De folhas amareladas
E nas novas páginas
Sem papel, digitais.
Rimas
Mas também não rimas
Como eu.
Refugias-te em letras
Músicas
Símbolos visíveis.
Mas escondes-te à vista,
No vento que passa
Na flor que abre
Na água que corre
Sem rumo.
Como a minha caneta
A experimentar
Rabisco
Deixo sair, os dedos vão
Andando, escorregando
Por entre palavras
Sem sentido.
Tento juntá-las. Dispersas
Algumas
Quem disse
Que precisa ter sentido?
Se para o poeta tem,
Deve vir de algum
Pedaço d’alma.
O artista cria
Nem ele sabe o quê
Por vezes.
Só sabe que aquele mármore,
Pedaço de barro,
Tela em branco,
Quer ser outra coisa.
Assim é o poeta
A tinta desliza no papel
E algo surge
A que chamamos Poema.
© Isa Lisboa
21 Março, Dia Mundial da Poesia
