
Não olhes assim para mim! Estás a pensar que é impossível, mas não é! Ou, pelo menos, não podes afirmá-lo sem primeiro tentares.
É incerto, é arriscado! Pois é! Mas e o risco de te renderes ao que não queres, ao que te esvazia, ao que é Nada? Não é esse risco maior?
O risco de te perderes de ti, de te esqueceres de quem és e do que queres. Aceitar apenas o que te dão já feito. Confortável. Talvez.
Não precisar decidir. Não precisar lutar. Lutar cansa. Cansa! Às vezes dói. Levamos umas bofetadas sem esperar.
Se dói, é porque o sangue corre. Faz parte. Não vais ganhar sempre. E só a perder aprendes a ganhar.
Não olhes assim para mim. Lá estou eu com as minhas maluquices, eu sei.
Mas eu também sei: não é impossível.
© Isa Lisboa