Ontem celebrou-se o dia da liberdade. Ao mesmo tempo que o país está em confinamento obrigatório, uma medida para nos protegermos uns aos outros. Para que cada um consiga ir-se mantendo livre de uma doença que ainda não conhecemos.
Não me pareceu um dia contraditório.
Mas pôs-me a pensar sobre a liberdade de pensamento, de opinião, de sentir.
Sinto que se adensa um fenómeno que já via antes da pandemia. De certa forma, é também ele uma pandemia. Uma pandemia de opiniões certas. Por toda a internet (e não só), abundam opiniões sobre a pandemia, sobre como começou, sobre o que é e o que não é, sobre como o mundo vai mudar. Vaticínios que preveem o pior, ao lado dos que visionam o melhor. E cada um carregado de certezas, neste momento tão incerto.
Bem hajam as opiniões, mas bem-haja ainda mais o respeito pelas opiniões dos outros. E bem-haja a clareza de não se venderem opiniões como se fossem factos. Estar em algum sítio da internet, não torna o escrito ou o dito, verdadeiros por si só. A ilusão pode estar até onde se avisa contra a ilusão e os livres pensadores podem querer moldar os outros à sua imagem. Ou não.
Mas é por isso que questiono.
No decorrer dos últimos anos recebi várias vezes uma notícia que avisava sobre o perigo de deixar o telemóvel na mesa de cabeceira nessa noite em questão. Devido a algum fenómeno, avisado pela própria NASA, o telemóvel poderia explodir ou emitir radiações perigosas nessa mesma noite. O curioso é que no artigo podia sempre consultar-se a data da notícia. E nenhuma das pessoas que reencaminhou a mensagem percebeu que o seu telemóvel já “devia” ter explodido há anos atrás.
A intenção de quem reencaminhou a mensagem foi sempre boa, decerto, mas esta é uma forma de espalhar o medo. Por outro lado, é também uma forma de, a pouco e pouco, descredibilizar outras mensagens que podem ser sérias.
Procuro ler até ao fim, não me ficar apenas pelo título (tantas vezes enganoso), ler as entrelinhas, perceber quais são as fontes, que relação têm as pessoas com o tema, que emoções podem ter estado à flor da pele enquanto o artigo era escrito.
E procuro formar a minha própria opinião.
Porque liberdade também é isso. A liberdade de pensarmos, de formarmos a nossa opinião, de não cedermos nem ao medo, nem ao escapismo à realidade.
Não sei se caminhamos para um admirável mundo novo – seja em que sentido for que se interprete a expressão. Na verdade, a minha opinião, é que neste momento, ninguém sabe. Podemos já antever mudanças. Mas algumas das mudanças profundas que se falam… Na minha opinião dependem de quem sempre dependeram: de nós mesmos, como seres, como humanos.
E o meu desejo é que consigamos manter a nossa mente livre, mesmo enquanto estamos confinados e os nossos movimentos estão condicionados.
É dentro de ti que a Liberdade começa!
© Isa Lisboa
É mesmo dentro de cada um que está a liberdade de cada um. ❤
Ainda hoje dei por mim a pensar que muito do que se está a viver está muito relacionado com a necessidade, que ainda é elevada, de querer encontrar outros que sejam responsáveis por aquilo que apenas diz respeito à responsabilidade de cada um…
Ser e deixar Ser deve ser das sensações mais incríveis que alguma vez poderemos sentir!
Obrigada por esta partilha!
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Sim, também acho que há ainda muito essa necessidade… Mas a liberdade implica também responsabilidade 🙂
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Afinal, apareceu! 😀
Foi qualquer situação na plataforma pois, mesmo aguardando aprovação, esse meu comentário tinha desaparecido! Eu bem que estava a estranhar… Mas, até que foi um bom sinal para evidenciar várias liberdades! 🙂
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Pois, talvez tenha sido partida do WordPress Eheh
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Liberdade de não aceitar comentários também! 🙂
Admito que estranhei…
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Susana, não sei se entendi… Sempre tive os comentários a serem aprovados, antes de publicados…Era a isso que se referia?
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Referia-me ao comentário anterior que eu tinha escrito e que não foi aprovado! Se a Isa nem deu por ela, se calhar foi o próprio do wordpress que tomou essa liberdade! 😀 Também tem direito! Eh eh! 🙂
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