Há alguns anos atrás, quando comecei a conduzir, percebi que tenho maus sentido de orientação. Pelo menos enquanto conduzo; muito embora a pé, encontre mais facilmente o caminho.
Com o avançar da tecnologia, fui-me socorrendo das mais populares “app’s” de localização no telemóvel. Também me tornei um pouco dependente destes truques.
E isso notou-se quando, há dias, fiquei sem bateria na viagem de regresso.
Na viagem da manhã, fui seguindo as indicações, descontraidamente, e sem prestar muita atenção ao percurso. Como não é uma zona que conheço bem, não podia agora fiar-me na minha memória. Por isso, naquele momento, não sabia muito bem como encontrar o caminho para voltar para casa.
Mas, parada, não valia a pena ficar.
Arranquei e fui andando. Aqui e ali via pequenos pontos de referência e depois comecei a encontrar placas que me indicavam que o caminho parecia o certo.
Finalmente, cheguei a uma estrela que já conhecia bem.
Quando me vi nessa estrada, subitamente dei-me conta de que a havia encontrado, sobretudo, seguindo a minha intuição.
Aquela minha vozinha que fala do fundo.
Aquela vozinha que, quando eu me silencio para a ouvir, muito me diz. Aquela vozinha que sempre me ensina como voltar para casa.
© Isa Lisboa