No ramo da matemática que estudei, o passado explica o presente e ajuda a antecipar o futuro. Mas em todos os modelos matemáticos existe alguma dose de incerteza, e nunca podemos dizer que algo acontecerá com certeza absoluta. “Não temos uma bola de cristal.”
Também a vida é assim. Mesmo quem a queira transformar num grande modelo matemático, prevendo tudo… Não consegue.
O passado pode condicionar-nos ou até perseguir-nos. Mas o passado é apenas um livro de memórias com o qual aprendemos a escrever o futuro.
E a tal dose de incerteza está sempre lá presente. Precisamos conceder a nós mesmos uma margem de erro. Ou um intervalo de confiança, se preferirem.
Quantas vezes uma linha recta se transforma num círculo? Porque o fim da linha existe, mesmo que a dada altura do percurso não o consigamos ver.
A boa notícia é que, caso a linha se tenha transformado num nó, podemos sempre desatá-lo. E desenhar a forma geométrica que queremos agora.
© Isa Lisboa
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