
Imagem: http://www.pixabay.com
Costumo dizer em tom de brincadeira:
“Concluí que preciso ganhar o euromilhões. O único problema é… que eu não jogo!”
De há uns tempos para cá, começo a ouvir a minha vozinha interior a responder a esta minha piada. E ela responde: “Bela desculpa!”
Como tenho uma descrença algo vincada nos jogos de apostas, imaginei que a minha vozinha estaria a tentar dizer-me algo menos literal que “Joga no euromilhões!”
E realmente, tenho na minha vida um ou outro euromilhões, que quero ganhar, mas… Mas tenho dúvidas e tenho medos.
E depois ganho coragem e decido que é hora de começar a jogar no euromilhões.
Geralmente, é quando mais estou decidida na minha tarefa, que as coisas começam a complicar.
Porque é aí que acontece algo que faz retornar as dúvidas e o medo.
Pode ser alguém que encontramos, que já tentou ganhar o euromilhões e não conseguiu. Pode ser alguém que nunca tentou e que tem uma lista preparada e estruturada com todas as razões pela qual não é bom, seguro, saudável ou talvez politicamente correcto, jogar no euromilhões.
Pode ser ainda – e é aí que tudo fica mais difícil – alguém de quem gostamos. Alguém de quem gostamos que nos diz que não, que não é um bom caminho para nós jogarmos no euromilhões. E aí fica tudo mais difícil. Porque é mais difícil contrariarmos alguém de quem gostamos.
A nossa voz interior diz “sim”, e a voz dessa pessoa diz “não”. E entã, a somar às dúvidas e aos medos, vem o conflito. O conflito interior. Como o resolver?
Uma das chaves é entender a motivação. A motivação da outra pessoa. É certo que algumas das pessoas que nos desencorajam não o fazem pelo mais nobre dos motivos. Mas quando falamos daquelas pessoas próximas, daquelas pessoas que gostam de nós, a situação geralmente é diferente.
Acontece que essas pessoas também têm medo. E têm medo não só por elas, mas também por nós. E querem proteger-nos. E é por isso que tentam demover-nos e, é preciso dizê-lo, desmotivar-nos de fazer certas coisas. Tentam desmotivar-nos de apostar.
A questão ligada a este verbo – apostar – é tanto podemos ganhar, como perder.
Quem gosta de ti, não quer que tu percas. Por isso, não quer que tu apostes.
Mas aí entras tu. És sempre tu a chave.
És tu quem tem que responder a um conjunto de perguntas:
– “Vale a pena o risco?”
– “O que é o pior que pode acontecer?”
– “Se o pior acontecer, conseguirei lidar com as consequências?”
Se as respostas a estas perguntas te trouxerem tranquilidade e segurança, então… está na altura de fazeres a tua aposta; o que te parece?
Eu quero ganhar o meu Euromilhões e não vou desistir de encontrar a minha chave vencedora.

Imagem: http://www.pixabay.com
E tu, qual é o teu Euromilhões?
© Isa Lisboa
A este propósito, partilho uma pequena anedota, sobre jogos e sobre algo mais:
“Um homem rezava a Deus: “Meu Deus, faz com que eu ganhe a lotaria! Eu gostava tanto, mas tanto, de ganhar a lotaria! Por favor, meu Deus, faz com que eu ganhe a lotaria!”
O homem rezou a Deus desta forma, durante dias, vários dias seguidos.
Até que Deus decidiu responder ao homem: “Meu filho, se queres mesmo ganhar a lotaria… ao menos joga!”