Talvez os terramotos da alma sejam bastante semelhantes aos da terra.
Num momento o chão está calmo e as flores crescem. Mas de repente, vem o inesperado abalo e a terra rasga-se, abrindo um buraco no caminho.
Se os terramotos que abrem a terra libertam energias contidas; será que os terramotos da alma servem para nos abrir o coração? Para o rasgar de tal forma que aquela Luz especial possa lá entrar?
A alma é sábia, a mente nem sempre o é. Pode, respondendo à dor, abrir fendas ainda maiores. Ou tapá-las com terra pouco nutrida, em pazadas apressadas.
A alma pede que se cicatrizem as feridas com Luz e Amor. E para ouvirmos a alma, por vezes precisamos sentar-nos à beira do epicentro do choque, deixar a terra tremer e tragar tudo o que tiver que ser.
E levantarmo-nos quando parar de tremer.
De entre as cinzas se verá que houve fogo renovador e que novos caminhos se abriram por entre as labaredas.
© Isa Lisboa

Imagem: Autor não identificado