Uma experiência em “matematiquês”
Matemática não é poesia
Disseram-me outro dia
Discordei. Sem esta dicotomia
Aqui eu não estaria.
O poeta pediu-me emoção,
O matemático demonstração.
Na caneta peguei
Daquela geometria,
Eu lembrei logo,
Em que um círculo é uma recta;
Digam-me se tal exercício
Não é fora da caixa pensar!
E que dizer das paralelas
Que caminham lado a lado
Até ao sem fim,
Nunca se tocando,
Maior amor impossível
Só o Romeu e a Julieta!
E na onda do romance
Ainda aquela equação
Em que x explica y,
Que um não se acha
Sem se achar o outro.
Mais, que maior mistério
O daquele conto
Em que x termina
Tendendo para mais infinito;
Até podia ser
Para menos infinito
O Mundo que fica apenas
Do outro lado.
E somando letras
Subtraindo palavras
Assim se faz a metáfora,
Uma rima que divide os versos
Ou até não:
Se uma simples constante
Marca o ritmo do poema
Quando a variável entra
Talvez até em soneto se transforme.
Quem pode afirmar ainda
Que matemática e poesia
Pura antítese são?
Duas faces da minha alma
O contradizem
A Emoção e a Demonstração.
© Isa Lisboa
A vida é uma poesia matemática, na qual se somam ou subtraem momentos, emoções, demonstrações…
Não discordo… sou parceira dessa filosofia, dessa forma de ver, pensar e sentir…
E sim, Romeu e Julieta para sempre, mesmo em paralelas que nunca se unem. A poesia, as histórias, nem sempre têm o final feliz que desejaríamos.
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Obrigada pela leitura. Sim, a vida é feita de histórias e poesias. Cada uma escrita e vivida de forma diferente.
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