
Foto: Amalia Iuliana Chitulescu
Mãe-Terra
Em teu regaço me rendo
Ao teu abraço entrego
O que meu peito
Não mais precisa
Liberto
Estas emoções gastas
Estas recordações dolorosas
Que sem ver
De sal forte temperei.
Deixo-as sair, uma por uma
Peço-te, Mãe Terra
Leva-as
Até às tuas profundezas desconhecidas
Banha-as no teu calor
Dessa tua forja intemporal
Nova vida hão-de renascer
Para onde as levares
Sal da vida hão-de ser.
Mãe-Terra
De peito aberto sigo
Confio que teu abraço
Continuarei a sentir
E que por mais que voe
As minhas raízes estarão em ti
Até que me acolhas
Até que seja este o meu lugar
E quando enfim
O Universo souber
A tua centelha em mim
Continuará a brilhar.
© Isa Lisboa