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Caminho lentamente
Por esta casa,
Estas quatro paredes
Caminho lentamente
Conto os passos que ficaram
Me trouxeram aqui
Vejo como se desvanecem
No passado
Que já não sou
Já não quero
Não escrevo mais.
Deito-me no silêncio
O cansaço apodera-se
Calo os ecos, os gritos
As lágrimas.
As lágrimas voltam.
Às vezes voltam.
O chão está frio
E pergunta-me do presente
Que presente é este?
Escapo à realidade
Mas volto sempre
Finjo-me
Apenas.
Por momentos. Finjo-me.
Podia ser.
Mas agora estou aqui.
Não posso fingir sempre.
Também tem que doer.
O chão está frio
Mas é Aqui.
É Agora.
Sou. Sinto. Estou.
Levanto-me.
Caminho lentamente.
Para lá da porta que abri.
Caminho.
© Isa Lisboa
Gosto muito, poderoso, intenso e desconcertante
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Obrigada, Isabel! Tudo bons adjetivos! 🙂
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