(Des)Crença

Há pouco tempo, disseram-me “és, definitivamente, mágica!”. Veio esta afirmação a propósito de uma palestra de desenvolvimento pessoal em que a pessoa participou. Nessa palestra, os participantes eram convidados a auto avaliarem-se, de 0 a 10, quanto à sua crença em si próprios e nos outros.

Com base neste binómio, construíam-se quatro grupos de pessoas, sendo os mágicos, aquelas pessoas que acreditam em si mesmas, nas suas capacidades e nos seus recursos, mas também acreditam nos outros, nas suas capacidades e nos seus recursos.

Achei o exercício interessante e fiz essa auto análise.

À primeira vista, concordei com a avaliação que me propuseram. No entanto, identifiquei áreas da minha vida em que caibo melhor num dos outros grupos.

No final da reflexão, acabei por concluir que essas áreas são também aquelas em que neste momento sinto mais necessidade de me compreender melhor, de mudar e de me auto desenvolver.

Como que a testar essa minha auto análise, alguns dias depois, num contexto diferente, alguém me disse que sentia em mim um sentimento de descrença.

E, não concordando, também não fui capaz de discordar. Porque esse sentimento existe em determinados momentos e situações.

Por outro lado, não sou uma crente incondicional.

Acredito no melhor das pessoas, no melhor da humanidade e da vida.

Mas também acredito no pior. Não que já tenha visto o pior, mas já me cruzei com pessoas em quem perdi a crença. Que me fizeram (e fazem ainda, algumas) perder a fé momentaneamente.

No fundo, acredito que todos e cada um de nós tem a capacidade inata e natural de ser feliz, de ser alegria, de ser o melhor que o ser humano tem. Mas também acredito que nem todos desejam tomar essa opção ou que estejam preparados para isso.

Creio que é aí a minha falta de fé: acreditar no potencial de todos, mas não acreditar que todos irão escolher realizá-lo.

Será isso mau? Será isso bom?

Acredito: não é bom nem mau, antes pelo contrário.

 © Isa Lisboa

 

 

A.Araujo Santoyo

Imagem: A. Araújo Santoyo

 

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